domingo, 31 de julho de 2011

SEJA O CENTRO



"O cristão vive não em si mesmo, mas, em Cristo e no próximo. De outro modo, ele não será um cristão". (Martinho Lutero)

Quando me deparei com este pensamento para a semana na escola dominical da IPU (Igreja Presbiteriana Unida)...associei imediatamente a um vídeo que recebi por e-mail de uma querida amiga da IEQ (Igreja do Evangelho Quadrangular - Camaçari). O vídeo que segue no link abaixo, consegue de forma lúdica passar uma mensagem sobre a importância de colocarmos a nossa vida apenas em Cristo. No vídeo, um homem corre de tapete em tapete...nos quais cada um traz a representação de uma área da vida social (relacionamento, economia, profissão, religião, família, etc.)...mas o interessante e prevísivel é que de todos esses "tapetes" ele é violentamente puxado e cai ao chão. No fim do vídeo ele encontra o tapete que representa DEUS e neste, encontra segurança e paz...mas, quando tudo vai bem se vê tentado a novamente pular para os outros "tapetes" da vida. 

Davi, que era rei...porém conhecido mesmo por sua forma poética de adoração a Deus, destacou a necessidade de colocarmos DEUS como centro da nossa vida. 

"Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus". (Sl 20;7)

Mas...você pode pensar...para fazer DEUS o centro da minha vida eu preciso cumprir com algumas obrigações religiosas como orar, meditar, rezar, ler algum livro sagrado, dentre outras práticas...E eu me pergunto...será? Será que os ritos em si nos aproximam de Deus? Qual o papel da religião nisso? Hoje, na discussão da escola biblica pude aprender algo mais para a caminhada na fé...a diferença entre o religioso e o cristão. O religioso cumpre muito bem o seu papel como membro de uma determinada comunidade, mas ser cristão ultrapassa a mera realização de atividades "espirituais". O cristão se compromete, assim como Cristo, com a transformação social...o cristão não vive para si uma fé descompromissada com o mundo e seus anseios...o cristão revoluciona, ama, acolhe, luta e sobretudo acredita...Pois o Deus que nos encoraja, que diz "Levanta e anda"...é o mesmo Deus que nos enche de esperança, que diz "Seja forte quando se sentir fraco". Imagino Deus como um pai ou mãe ensinando seu filho (a) a andar de bicicleta...as primeiras pedaladas são desajeitadas, mas eles estão lá pra fazer com que a gente não desista. Nesse sentido, o cristão não vive em si mesmo, mas em Cristo e no outro...o centro é Cristo e o próximo.

Posso imaginar Deus em tantas outras ocasiões da vida...tempos de guerra e de paz...tempos de choro e de riso...Posso imaginar Deus presente para compartilhar boas risadas de algo sem importância, mas que achamos graça. Posso imaginar Deus presente quando a família, a comunidade, as pessoas se reúnem para compartilhar alguns momentos. Posso imaginar Deus de variadas formas...afinal de contas...SER O CENTRO...não significa tomar o humano para si e isolá-lo do mundo...Alguns crêem assim, mas acredito que Deus nos torna cada vez mais humanos. ELE se fez gente e gosta muito de gente. Penso que tornar DEUS O CENTRO significa torná-lo base, fonte da nossa existência...razão da nossa vida.


Seja o Centro
(Composição: Ana Paula Valadão)

Seja o centro, seja o tudo
Em meu coração, Senhor
Seja a vida em meu peito
Cada dia aqui e eternamente

Jesus, Jesus,
Jesus, Jesus,

Seja o sol que me aquece
Em meu coração, Senhor
Seja a força que me sustenta
Cada dia aqui e eternamente

Jesus, Jesus,
Jesus, Jesus,

Meu tesouro
Minha razão de viver
Meu anseio
É te conhecer
Pois não há outro igual a ti
A quem tenho eu além de ti
És minha vida, és a fonte, Jesus


NEle...que é o centro da nossa vida.
Mércia Cruz.

sábado, 30 de julho de 2011

FAZ DOCES!

Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça. 
(Cora Coralina) Rosa vermelha

Quando me deparei com esse verso lembrei- me daquele ditado que diz: se a vida te der limão, faz uma limonada...rs
Seja nas dificuldades impostas pela vida, seja nas alegrias vivenciadas...tudo nesse mundo parece nos  conduzir a transformação...É...Marx tava certo quando começou a tecer suas ideias sobre como o ser social modifica a natureza e a si mesmo através do trabalho.
Pois então, não importa o que veio antes...o que tens é o hoje, o agora, "carpe diem" rs...Vai e remove as pedras que ficaram no caminho, utiliza algumas para a construção de abrigos, joga fora os entulhos.
Planta roseiras, mas não apenas isso...planta e cultiva, cuida bem para que não morram tão cedo...E por fim FAZ DOCES...pega as frutas esmagadas pelas circunstâncias, mistura todos os ingredientes necessários e leva ao fogo...tenha paciência para esperar o resultado, as vezes essa fase demora um pouco mesmo...no final de tudo verás como produziu algo novo, terás na mão um belo doce para saborear e mais um motivo para celebrar a beleza da vida! Quando tudo acabar terás a certeza de que em cada etapa você contribuiu de alguma forma para a transformação de si mesmo, do outro e do mundo. Vai e prossegue renascendo a cada dia tendo a certeza de que é DEUS que opera em nós, tanto o querer como o efetuar.

NEle, que é o autor da vida!
Mércia Cruz.  

quinta-feira, 28 de julho de 2011

PARA MEDITAR...SALMO 145



O Senhor sustenta a todos os que caem e levanta a todos os abatidos. (v. 14)

Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo. (v. 15)

Abres a mão e satisfazes os desejos de todos os viventes. (v. 16)

Justo é o Senhor em todos os seus caminhos e santo em todas as suas obras. (v. 17)

Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade. (v. 18)

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Homenagem a minha vó!

Em homenagem a minha vó, relembro algumas letras que tecemos juntas para o Camaçari Notícias. Vó te amo, saudades!!

 


251 anos: A trajetória da família Moreira da Silva

por Mércia Rocha




Nascida no ano de 1935, na cidade de Camaçari, D. Edna Moreira da Silva é a porta voz de um relato muito interessante envolvendo a cidade que carrega um nome de origem indígena e tem por significado árvore que chora.

Edna Moreira da Silva nasceu em um povoado denominado “Baixão”, o qual ficou conhecido pouco tempo depois como “Poty”, devido a uma cerâmica que se instalara na região. Aos dez anos de idade mudou-se com a família para a propriedade onde hoje está localizado o cemitério Jardim da Eternidade no bairro da Gleba H. A família era composta por seu pai Maximiano Moreira da Silva, sua mãe D. Maria Ana da Silva e seus nove irmãos, os quais habitaram neste território entre a década de 50 a 60 por aproximadamente dez anos. Depois, os Moreira da Silva venderam a propriedade devido a um problema de saúde do patriarca; mudaram-se novamente e permaneceram no bairro da Lama Preta. Seu pai faleceu algum tempo depois de se instalarem no novo endereço, os irmãos cresceram, casaram-se e foram ocupando aquele espaço, que ainda hoje abriga alguns descendentes da família.

A moradora nativa de Camaçari conta que antes da imagem sombria, comum a maioria dos cemitérios, a terra abrigava a sua família e era dotada de uma paisagem muito aconchegante. Curral, galinhas, casa de taipa, fogo de lenha, o cultivo de plantas, cada elemento deste fazia parte do cenário que hoje ainda se faz presente na memória de D. Edna. Ela relata que o sustento da família era proveniente da roça e da atividade comercial do seu pai. Afirma também que a cidade de Camaçari naquela época, cerca de sessenta anos atrás, possuía um centro comercial relativamente pequeno e parte dos negócios eram resolvidos em Salvador, e para a locomoção dos moradores o principal transporte existente era ferroviário. Os bairros eram pouco desenvolvidos e formados em sua maioria por zona rural.

A porta voz da nossa história casou-se, teve os seus filhos e atualmente reside no bairro do Camaçari de Dentro, porém o seu coração e a sua memória ainda carrega lembranças de um “tempo muito bom”, como ela mesma relata. E nesse leque de recordações permanecem registrado de forma intensa as árvores do local que por ironia do destino parecem ser eternas, fazendo jus ao nome que foi dado, muito tempo depois, ao cemitério construído no espaço. E quem visitar hoje o cemitério Jardim da Eternidade poderá conferir dentre muitas árvores antigas um pé de cajá, que segundo D. Edna, possui mais de meio século e foi plantado por seus pais.


*Texto escrito pela leitora Mércia Rocha Cruz

domingo, 24 de julho de 2011

Cerquinha...Cruz das Almas-Bahia




Cerquinha...no cercado dos teus laranjais sinto-me mais perto da essência daquilo que comumente chamamos de natureza...Uma natureza pouco transformada pela tecnologia, mas fortemente marcada pelo labor humano...Como já dizia Marx, "o trabalho é a categoria fundante do ser social"...Trabalho que constrói o cenário bucólico com plantios de frutas, flores e criação de animais...É também trabalho que invade as relações sociais. Nesse sentido, pude desfrutar da hospitalidade, da comunhão percebida em cada olhar, cada conversa, cada riso. E ali se estabeleceu o vínculo, a amizade, a troca de experiências e o diálogo entre os diferentes, porém todos humanos.

Fica aqui o meu agradecimento a minha amiga Djane e família.
Que Deus...através do seu Filho Jesus Cristo continue abençoando este lar e que a paz que excede todo o entendimento permaneça sobre vós.

NEle...que é a nossa PAZ.
Abraço fraterno,
Mércia Cruz.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

FELIZ DIA DO AMIGO!

Loucos e Santos




Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem
o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.




Oscar Wilde

terça-feira, 19 de julho de 2011

Arriscar é preciso!



Todo risco(Damário da Cruz)

A possibilidade de arriscar
É que nos faz homens
Vôo perfeito
no espaço que criamos
Ninguém decide
sobre os passos que evitamos
Certeza
de que não somos pássaros
e que voamos
Tristeza
de que não vamos
por medo dos caminhos



Há pessoas que acreditam reger a própria vida sob a lógica da prudência e do egoísmo sensato, mas correr riscos se constitui como um elemento inerente a vida. Rubem Alves disse certa feita que "quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado", mas para experimentar o belo, seja ele extraído da dor ou da alegria, é necessário antes estar disposto a se arriscar. TODO RISCO só está disponível para aqueles que desejam voar, não para um abrigo no topo da árvore, mas rumo ao desconhecido, à incerteza, à insegurança, o medo, à adrenalina do existir que nos torna cada vez mais humano.

Em Cristo, que nos inspira a correr riscos... 

As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos;
mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. (Luc 9,58)


Mércia Cruz.

sábado, 16 de julho de 2011


"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."
 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Tua caminhada ainda não terminou....
A realidade te acolhe
dizendo que pela frente
o horizonte da vida necessita
de tuas palavras
e do teu silêncio.

Se amanhã sentires saudades,
lembra-te da fantasia e
sonha com tua próxima vitória.
Vitória que todas as armas do mundo
jamais conseguirão obter,
porque é uma vitória que surge da paz
e não do ressentimento.

É certo que irás encontrar situações
tempestuosas novamente,
mas haverá de ver sempre
o lado bom da chuva que cai
e não a faceta do raio que destrói.

Tu és jovem.
Atender a quem te chama é belo,
lutar por quem te rejeita
é quase chegar a perfeição.
A juventude precisa de sonhos
e se nutrir de lembranças,
assim como o leito dos rios
precisa da água que rola
e o coração necessita de afeto.

Não faças do amanhã
o sinônimo de nunca,
nem o ontem te seja o mesmo
que nunca mais.
Teus passos ficaram.
Olhes para trás...
mas vá em frente
pois há muitos que precisam
que chegues para poderem seguir-te.

Charles Chaplin

sábado, 9 de julho de 2011

Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece (Filipenses 4;13)

 PELE NEGRA                                 

Eu sei muito pouco, mas também já sei viver
Das armadilhas do dia a dia nada a temer
Eu vi suas mentiras, nada pode me ferir
Eu tô mais perto, só vou no certo, é pode vir

Porque sou forte deixo marcas pelo chão
Eu sou forte pele negra do Adão


http://www.vagalume.com.br/adao-negro/pele-negra.html#ixzz1ReWzr4lE


Força! No contexto do Cristianismo, quando pensamos no tema comumente elevamos o nosso pensamento ao poder divino e então imaginamos Deus como o Senhor dos Exércitos. O Eu Sou, dotado de força e soberania que nos permite acreditar que é DEle que vem a força que emana do nosso ser. No entanto, diferente da lógica do senso comum, ser forte na perspectiva da vivência de Cristo aqui na terra, nada tem a ver com ser imbatível ou imune as inúmeras adversidades causadas, inclusive por um sistema opressor que ao longo da história esmaga o humano em favor dos seus interesses classistas. Marx já dizia...

A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. (MARX & ENGELS, 1999, p. 26)

Com efeito, o Cristo impresso nas folhas do evangelho também sentiu a opressão de uma hegemonia religiosa que o enxergava como uma ameaça, pois seu discurso trazia acima da lei, o amor! Um Cristo que era contrário as formas de discriminação da época e que como diz a sua palavra, não mudou e nunca mudará... Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13;11). Um Cristo forte, de pele negra, que caminhou por esta terra e imprimiu suas fortes marcas pelo chão, marcas de choro, de sangue, de resistência...   

E por conta desse exemplo que Jesus nos deu, do seu poder que se aperfeiçoa em nossa fraqueza, da sua palavra que nos inspira a vencer o mal (o sistema que oprime, discrima e rebaixa o humano a condição de "coisa"), é que podemos declarar que somos fortes! Somos fortes e NEle, no seu exemplo de amor, paz, comunhão e compaixão podemos vencer todos os males, seja este manifesto como fruto do sistema ou das relações sociais que nele se configuram e se estabelecem.

NEle que nos fortalece!
Mércia Cruz.






Recomeçar!


“Cada pessoa que passa em nossa vida é uma nova pessoa, na qual não se deve nunca tratar a base de experiências anteriores, senão é você quem vai fazer todas as suas relações serem sempre a mesma coisa...” (Charles Chaplin)

Re-começar/começar: tecendo um olhar sobre os versos de Chaplin.
Este verso de Charles Chaplin me remete profundamente ao ato de recomeçar. O recomeço comumente visto como algo doloroso e inevitável deve ser considerado como mais sublime do que o começo. O começo interpretado sempre em sua perfeição não condiz com a dinamicidade que de fato se imprime no cotidiano. A vida não é feita de começos porque a sua lógica não suporta por muito tempo a perfeição, a sua dinâmica não se limita a uma receita que compreende começo, meio e fim.  É do recomeço que extraímos força suficiente para prosseguir trilhando o caminho, é no recomeço que aprendemos a amar, a sorrir, cantar, compartilhar. É no ato de recomeçar que entendemos que a vida não é perfeita e que se fosse não seríamos então humanos e a existência seria esvaziada de emoção, visto que não se teria a possibilidade do risco, da insegurança e do medo, que se por um lado nos paralisa, por outro nos desafia. Assim, recomeçar é sempre melhor do que começar, todavia, deve-se lembrar sempre que cada recomeço traz dentro de si milhares e milhares de novos e desafiadores começos.
Todo esse cenário de mudanças que se traduz como a engrenagem da vida é que permite que o ser social se reinvente a cada instante. Nas palavras do grande sábio Salomão isto nos remete sempre a consciência de que “Há tempo para todo propósito embaixo dos céus” (Eclesiastes 3;1), e Deus como criador do tempo se personifica como o tapeceiro, o grande artista que tece, cria e recria o humano conforme o seu propósito. Nos versos de Stênio Március, cantado por João Alexandre JESUS é...

...Tapeceiro
Grande artista
Vai fazendo o seu trabalho
Incansável, paciente
No seu tear
Tapeceiro
Não se engana
Sabe o fim desde o começo
Trança voltas, mil desvios
Sem perder o fio

Minha vida é obra de tapeçaria
É tecida de cores alergres e vivas
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes

Se você olha do avesso
Nem imagina o desfecho
No fim das contas
Tudo se explica
Tudo se encaixa
Tudo coopera pro meu bem

Quando se vê pelo lado certo
Muda-se logo a expressão do rosto
Obra de arte pra honra e glória
Do Tapeceiro

Quando se vê pelo lado certo
Todas as cores da minha vida
Dignificam a Jesus Cristo
O Tapeceiro.


Em Cristo, que nos faz todo dia como obra de suas mãos.
Mércia Cruz.
                                                      

De Marcos Flanêur para Mércia Coralina...



M uito alegre, querida amiga...
É assim que me sinto ao ler-te,
R eler-te e ler-te novamente,
C onvida-me sempre ao seu mundo de
I lusões fantásticas e de
A rte profusa no ar.

C onta-me com suas palavras
O modo como as coisas se unem e com
R imas diversas compõem essa ciranda
A cróstica de que brincamos,
L indas palavras
I nertes no tempo
N avegarão para o ouvido do futuro que
A tento as recitará para mais uma vez se perderem no ar...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Aos meus poucos e verdadeiros amigos...um dia voltarei!



Saudades??......Saudade é coisa que dá e passa.
Saudade é como uma febre que vem de forma violenta
durante a madrugada,mas quando chega o dia, o sol
aquece ou queima todas as coisas.A febre vai embora porque
o grau vai baixando mediante o aumento da temperatura.
A saudade é inversamente proporcional. Com o tempo ela
se vai e só resta então uma gota do enoooorme oceano,
um segundo do que era infinito, uma parcela do todo que não se queria perder.


Abraços fraternos,
Mércia Cruz

TEMPO

Tu que levas meus queridos
E tens fama de curar, cicatrizar os feridos.
Tu que és tão cruel com muitos e com tantos
Se faz de tempo oportuno.
A mim que não enganas.
Sei que há um tempo pra tudo,
Então volte ao fim e espere
O seu tempo chegar.

Mércia Cruz

EGOÍSMO



Hoje eu vou te chamar de amigo
Porque o que penso e sinto não posso dizer a um Deus.
Não quero que me veja como um ser mesquinho e vil.
Tenho a consciência de que tens uma humanidade pra cuidar.
O olhar da criança a revirar o lixo, o semblante do pobre velho do sinal, a mãe a abandonar o filho no córrego e as pessoas fartas de riquezas e de si mesmas, todas sem exceção, precisam de ti.
E eu? Do que  eu preciso mesmo? De um amigo pra escutar.
Mas, eu nem sei se tenho algo pra falar.
Ah! Meu amigo que é Deus, vem sentar-se comigo a beira da estrada.
Te convido à uma noite de luar, vamos observar as estrelas que apenas existem e estão constantemente a brilhar.

Mércia Cruz

JESUS ESTÁ NO MEIO DO CAMINHO!



Tinha uma pedra no meio do caminho
(Carlos Drummond de Andrade)
                                                        


No meio do caminho tinha uma pedra     
tinha uma pedra no meio do caminho 
tinha uma pedra 
no meio do caminho tinha uma pedra. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas retinas tão fatigadas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho 
no meio do caminho tinha uma pedra
 
En Revista de Antropofagia, 1928
Incluido en Alguma poesia (1930)


O poema acima de Carlos Drummond de Andrade transmite ao “primeiro olhar” uma angústia, seja ela causada pela disposição dos versos que se repetem ou pela sensação de um obstáculo que atrapalha a passagem do eu lírico. Isto nos faz refletir sobre as inúmeras pedras que têm surgido em nossas vidas, algumas delas têm até nos impedido de enxergar o caminho (Jesus, o caminho, a verdade e a vida). Por outro lado, essa é apenas uma das inúmeras interpretações que podemos ter acerca deste poema, e porque não dizer a mais óbvia?! Para combater o nosso olhar pretensioso e objetivo sobre a arte literária, Fernando Pessoa nos alertou dizendo que “o poeta é um fingidor”, e por isso mesmo utiliza das suas façanhas literárias para expor a sua poesia de forma que jamais conseguiremos apreendê-la no prosaico do “é isto ou aquilo”. Então, quem somos nós para dizer que esta pedra representa de fato um obstáculo?


A Bíblia relata que Jesus Cristo é a pedra angular. Salmo 118:22-23 – “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos.”

Mas, qual o sentido do termo pedra angular? Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção, a escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria resultaria numa construção errada. Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam, porém Deus o julgou perfeito para edificar o seu Reino aqui na terra. Por esse motivo, podemos entender também que encontrar uma pedra no meio do caminho não se constitui como algo desesperador, muito pelo contrário, Jesus como pedra angular tem se colocado na trajetória do ser humano para lhe trazer esperança, paz, vida eterna, vida ainda nesta vida, justiça, misericórdia, amor, perdão, enfim... plenitude! Por isso, rejeite a interpretação unilateral que só enxerga os obstáculos e lance o seu olhar sobre a pedra angular que edificará a sua vida para sempre. Jesus está no meio do caminho!


NEle, que é o autor e consumador da nossa fé,
Mércia Cruz.


POEMA DE HILDA HILST



Eu sempre me fascinei com o matemático indiano
Srinivasa Ramanujan. Ele dizia que para resolver
seus intricados  teoremas era movido apenas
 pela beleza das equações.
Na poesia também é assim. É uma espécie de exercício do não-dizer, mas que nos dilata de beleza quando
acabamos de ler um poema.