sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O QUE EU DARIA AO SENHOR.

Que darei eu ao SENHOR, por todos os benefícios que me tem feito?
Salmos 116:12





Como diz Adélia, às vezes Deus me tira a poesia, olho uma pedra e vejo somente uma pedra. É assim que me sinto ao escrever estas linhas. É assim que me sinto quando me deparo com essa passagem: o que eu daria ao Senhor? É bem recorrente do humano dizer que não oferece nada a Deus porque nada tem, mas será mesmo? Será que realmente somos tão vazios assim? Penso que devemos ter muita coisa interessante, senão o salmista não despertaria em nós tal reflexão. Acredito que quando Deus nos olha ele consegue identificar tudo aquilo que podíamos lhe oferecer em sinal de adoração, mas que por algum motivo o negamos. E é aí que me lembro das palavras do grande sábio e teólogo Rubem Alves, quando em suas declarações diz que como gostamos de oferecer coisas ruins a Deus. Como a cultura ocidental criou em nós a imagem de um Deus sádico que tem prazer no sofrimento dos seus filhos. E então oferecemos a Deus seja como recompensa por uma bênção alcançada, seja em ato de adoração ações que são extremamente sacrificantes e ruins para nós. E então Alves destaca sobre a importância de oferecermos a Deus coisas boas, prazerosas e lindas. Um poema, uma canção, convidar Deus para um café, uma leitura, convidar Deus para estar conosco na feira, no mercado, envolver Deus em nosso cotidiano. E oferecer a ele a nossa existência, viver por Ele, se alimentar dos seus ensinamentos que inspiram respeito, amor, diálogo, justiça social... Enfim... Oferecer a Deus aquilo que há de belo em nós e agradecer-te por todos os benefícios que nos tem feito.



Em Cristo, que mesmo sendo Deus não teve por usurpação ser igual a Deus, mas se humilhou e se entregou por nós...e se fez gente para habitar entre nós.

Mércia Cruz. :) 












quinta-feira, 22 de setembro de 2011

FILME: A LETRA QUE MATA


Esse filme é um exemplo contundente do que o fanatismo religioso pode fazer na vida de uma pessoa, de uma igreja e de uma comunidade. A Letra que Mata é um convite à reflexão das nossas práticas enquanto cristãos. Encarar as escrituras sem contextualizá-la e sem considerar a graça presente no sacrifício de Cristo na cruz é negar o amor que Deus derramou sobre essa humanidade quando se fez gente e habitou entre nós.

Que o Espírito que vivifica nos impulsione a somente crer na graça e no amor que nos foram entregues por Cristo, nosso Senhor e Salvador.

Mércia Cruz :)

terça-feira, 20 de setembro de 2011

"Mas, o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele". (Hb 10;38)

Esta passagem tão conhecida, só nos remete a uma expressão: resistência!...o caminho da fé é sempre o da resistência, da crença nas coisas que não se podem ver, mas se espera pacientemente. Jesus nos encoraja a ter fé, a descansar em meio a tempestade, a deixarmos a ansiedade de lado e confiar NEle como único capaz de transformar a adversidade e o pranto em alegria. Mas, a dúvida vem, o medo, a insegurança tbm são companheiros diários daqueles que esperam no Senhor. Em meio a isso tudo nos resta duas opções, tomar o largo caminho da autosuficiência ou permanecer no estreito, enfrentando as dificuldades e tendo a certeza que o melhor de Deus é o que prevalece em nossas vidas. Tudo o que foi idealizado e não se concretizou faz parte do plano de Deus para nossas vidas. Jesus nos conhece profundamente e sabe realmente do que precisamos. Confiar em Deus é se despojar da própria vontade e entender que o melhor de Deus ainda está por vir e já está presente. A esperança por dias melhores não deve anular a beleza que há na trajetória do deserto. Hoje é tempo de agradecer a Deus por todos os benefícios que Ele, com seu infinito amor e graça nos tem feito.

PAZ, graça, amor, comunhão...sempre!
Mércia Cruz

terça-feira, 13 de setembro de 2011

DICA DE LIVRO: MENTES PERIGOSAS...OS PSICOPATAS MORAM AO LADO (Ana Beatriz Barbosa)



Por que existem pessoas que cometem crimes hediondos? Assassinos em série? Muitos de nós acreditamos que a psicopatia encontra-se apenas em personagens criminosos e de fácil percepção. A verdade é que os psicopatas que chegam a cometer crimes e terem suas personalidades expostas não são maioria. Felizmente! contudo, isso não significa que estamos livres desses monstros sociais, pessoas frias, calculistas, que manipulam e não possuem a capacidade de se colocarem no lugar do outro. O psicopata não sente, não ama, é superficial e extremamente egoísta. São inteligentes pois são destituídos de emoções, são racionais e tem consciência do mal que causam as outras pessoas, mas nunca se arrependem. Os psicopatas leves e moderados são de difícil percepção, por isso, ninguém está livre desses predadores sociais que roubam, enganam, traem, minam as emoções e deixam rastro de destruição por onde passam.
A boa notícia é que eles não são a maioria da população...a boa notícia é que o bem sempre vence.
Este livro é um verdadeiro manual de sobrevivência...Boa leitura!

NEle, que nos livra de todo mal.
Mércia Cruz.

CARIDADE: ENTRE A ALIENAÇÃO E A EMANCIPAÇÃO.

Segue o texto que preparei para a discussão e estudo na EBD (Escola Bíblica Dominical) da IPU (Igreja Presbiteriana Unida)
Registro aqui o meu agradecimento à comunidade IPU, ao Reverendo e amigo Claúdio e sua esposa e querida amiga Jussiana pelo convite, pela comunhão, por cada abraço e sorriso que se manifestaram naquela manhã de domingo.

Agradeço a essa Igreja a inquietação que me causou na alma ao me cutucar com o seu lema: O que estou fazendo se sou cristão?

Por uma igreja que pensa e que emancipa seus membros...afinal de contas, toda família que verdadeiramente ama, acolhe e cuida...porém, não para aprisionar e sim para preparar pra vida!

Mércia Cruz (Estudante S. Social - UFRB)


DAR O PEIXE OU ENSINAR A PESCAR? A assistência social na perspectiva da emancipação humana.



Tendo mandado que a multidão se assentasse sobre a erva, tomou os cinco pães e os dois peixes, e, erguendo os olhos ao céu, os abençoou, e, partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos à multidão. E comeram todos, e saciaram-se; e levantaram dos pedaços, que sobejaram, doze alcofas cheias (Mateus 14; 19).



E, chegando eles a Cafarnaum, aproximaram-se de Pedro os que cobravam as dracmas, e disseram: O vosso mestre não paga as dracmas? Disse ele: Sim. E, entrando em casa, Jesus se lhe antecipou, dizendo: Que te parece, Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus filhos, ou dos alheios? Disse-lhe Pedro: Dos alheios. Disse-lhe Jesus: Logo, estão livres os filhos. Mas, para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o por mim e por ti (Mateus 17; 24).



No primeiro trecho que se refere à multiplação dos pães e peixes vemos Jesus realizando o milagre e alimentando o seu povo numa perspectiva de amor e cuidado, como um pai ou mãe que acolhe e atende as necessidades reais e imediatadas dos seus filhos, conforme o próprio Cristo menciona: E qual o pai de entre vós que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou, também, se lhe pedir peixe, lhe dará por peixe uma serpente? (Lucas 11).

No entanto, quando nos deparamos com as considerações do segundo trecho, surge a seguinte pergunta: porque Jesus enviou Pedro ao rio para pescar o tributo que deveria ser pago as autoridades da época? Se antes o mestre já havia realizado um milagre bem maior que foi alimentar a multidão, poque então não utilizar o seu poder e evitar assim que Pedro tivesse todo aquele trabalho? Seria coerente pensar que Jesus estava apenas preocupado em não banalizar o uso da sua autoridade como filho de Deus se recusando a realizar um ato simples? Ou o mestre estava querendo ensinar ao seu discípulo sobre a necessidade de ser um sujeito emancipado e ter autonomia tomando assim posse da libertação que advém do conhecimento da verdade? Nesse sentido, a escritura sagrada diz: conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

De fato é possível empreender diversas interpretações sobre as passagens biblicas apresentadas, porém lançando apenas um olhar sobre o ato de dar o peixe e o pão e depois encorajar o discípulo a pescar, a verdade expressa no evangelho nos leva a crer que Jesus estava demonstrando como o Reino de Deus está baseado em justiça, esta por sua vez pressupõe equilíbrio, coerência, e mais do que isso, pressupõe equidade, igualdade nos direitos, emancipação e autonomia humana. Ao mesmo tempo em que Jesus é aquele que atende as nossas necessidades imediatas, ele tambem nos impulsiona a liberdade, e o que é a liberdade nesse sistema capitalista de luta de classes e opressão? A liberdade tem inúmeras definições, no entanto, quando se fala em liberdade nos dias atuais, nos reportamos à superação da desigualdade social, da injustiça, através da luta por melhores condições de vida para a classe trabalhadora, esta que serve de sustentáculo a produção econômica do país, mas não tem nenhuma participação efetiva nos frutos da riqueza que produzem.

Enquanto o capitalismo se expande e a classe dominante aumenta a sua lucratividade o que resta para a maioria da população? Fome, miséria, pobreza, desemprego, violência. Mas, a classe dominante também se “preocupa” com o crescimento acelerado dessas ocorrências na sociedade, afinal de contas, essa situação de fato atrapalha a sua perpetuação no poder e pode eclodir em possíveis manifestações das camadas populares mais atingidas pelo fogo devorador do grande dragão que é o sistema capitalista.

Essa “preocupação” do governo e demais organismos estatais está cada vez mais visível nos programas sociais que surgiram no Brasil a partir do ano de 1930, quando a gestão que governava o país junto com as Igrejas (Católica e protestante) se uniram para fazer da assistência social um mecanismo de dominação e camuflar os reais problemas presentes na estrutura do modo de organização política, econômica e social do país. Nesse sentido, Martinelli afirma: “sempre pronto para oferecer respostas urgentes às questões prementes, desde cedo os assistentes sociais foram imprimindo à profissão a marca do agir imediato, da ação espontânea, alienada e alienante”. (MARTINELLI, 2009, p. 127).

Nesta perspectiva, a assistência social torna-se sinônimo de assistencialismo e a concessão de benefícios acaba por escravizar o indivíduo que quando não busca sua autonomia vive sempre dependente dos programas sociais ou da ajuda de familiares para a garantia da sua sobrevivência em sociedade.

Na contemporaneidade, o Governo Lula teve grande destaque na mídia nacional por sua forte participação na elaboração de políticas de cunho social. No período em que inaugurou o programa Bolsa Família uma das frases recorrentes do ex-presidente era “vamos dar o peixe, mas também vamos ensinar a pescar”, de fato depois de anos de programa, a efetivação para a segunda parte da frase ainda se apresenta como um desafio, pois se muitas família fizeram do Bolsa Família o ponta pé inicial em busca da sua autonomia, muitas ainda permanecem com fortes dificuldades em encarar o programa como uma ação imediata e acabam por se acomodar, por menor que seja o valor concedido, essa postura ainda é perceptível em elevados índices.

É extremamente compreensível que a ascensão social e o rompimento com as contradições impostas pelo sistema capitalista não sejam fáceis, contudo, há sim para o indivíduo um espaço de atuação nesse grande jogo de interesses classistas. Weber, um dos grandes pensadores da sociologia defendeu a tese de que há espaço para a ação individual na dinâmica da vida social. Assim Iamamoto e Netto, teóricos do Serviço Social na atualidade concordam dizendo que:

Enquanto a organização capitalista da vida social não invade e ocupa todos os espaços da existência individual, ao indivíduo sempre resta um campo de manobra ou jogo, onde ele pode exercitar, mesmo que minimamente, a sua autonomia e o seu poder de decisão (NETTO, 2000, p.86).



Sempre existe um campo para a ação dos sujeitos, para a proposição de alternativas criadoras, inventivas, resultantes da apropriação das possibilidades e contradições presentes na própria dinâmica da vida social (IAMAMOTO, 2002, p.21).



Nessa perspectiva questionadora, a assistência social se reconfigura a partir do Movimento de Reconceituação, inaugurado no Brasil na década de 1960 e hoje procura atuar numa perspectiva emancipatória, que tem como objetivo sensibilizar o indivíduo para que este enquanto ser social se posicione como protagonista da sua própria história. E é o caminho da autonomia, da emancipação humana que devemos trilhar, não só acreditando, mas também lutando por dias melhores, por melhores condições de vida. Nesse sentido, evocamos o poeta do Recôncavo, Edson Gomes quando este em uma de suas canções declara:

Vamos amigo, lute!
Vamos amigo, lute!
Vamos amigo, lute! Uoou!
Vamos amigo, ajude!
Senão
a gente acaba perdendo o que já conquistou...
Vamos levante e lute!
Vamos levante e ajude!
Vamos levante e grite!
Vamos levante agora!

Que a vida não parou
A vida não pára aqui
A luta não acabou
E nem acabará
Só quando a liberdade raiar... yeah
Só quando a liberdade raiar...

http://www.vagalume.com.br/edson-gomes/lute.html#ixzz1UZLNn2vL



Lutar, vencer, romper e conquistar... é isto que Cristo nos impulsiona a fazer quando nos dá o peixe suprindo as nossas necessidades imediatas, sem as quais não teríamos condições de lutar e também quando nos manda pescar, nos ensinando com amor que devemos lutar e nos tornar homens e mulheres livres, mesmo em meio as inúmeras contradições impostas por esse sistema opressor e excludente.

Referência:



MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. 13 ed. São Paulo: Cortez, 2009.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

SOMOS UM

Você diz que somos diferentes demais, que os nossos mundos jamais se encontrariam, mas nosso mundo amigo é um só. Nosso riso e nosso pranto, nossa fé e nossas incertezas, nossos amigos e nosso Deus, mesmo que você creia em uma manifestação diferente, mas a essência e o espírito são um só. O amor é um só, o batismo, a iniciação é tudo uma coisa só, e então somos um...em Deus e em nós mesmos.

Mércia Cruz

TIRA AS SANDÁLIAS DOS TEUS PÉS.




Tira as sandálias dos teus pés...vamos cravar esse chão, sentir a terra molhada entre os dedos. O suor da realidade que transpira pelos poros da nossa pele rachada do sol, resistente às estações. O caminho não é curto amor, mas é nobre e repleto de sentimentos, só vem cá quem é macho e fêmea pra enfrentar as adversidades, pedras e espinhos. Se quiser voltar, te deixarei partir, mas então saberei que não é digno do caminho.

Mércia Cruz