domingo, 30 de outubro de 2011

O CARÁTER MATERNO DE DEUS PAI

Antes de começar a tecer algumas ideias aqui, gostaria de pedir desculpas por tanto tempo sem postar nada...A correria do cotidiano e as exigências às vezes pesam um pouco, mas as ideias não morrem...ainda que demorem para serem registradas. O evangelho de Cristo floresce em cada conversa informal, em cada discussão...que nos fornece crescimento espiritual-humano, humano-espiritual, entendendo que essas dimensões jamais se separam. E por falar na manifestação do Espírito do Senhor no cotidiano, acabo de me lembrar que precisava registrar aqui no Blog algo que aprendi há algum tempo com um pastor que me cutucou a alma quando orou: "Deus, Tú és Pai e Mãe"...E a partir dessa curiosidade...surgiram algumas descobertas...



"Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! Quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas" (Lucas 13;35).

Faz-se necessário ressaltar que as questões trazidas aqui são abordadas pelo teólogo Leonardo Boff...Conforme as considerações daquele que é considerado o criador da Teologia da Libertação, Deus é ao mesmo tempo Pai e Mãe, "Deus é paternamente MÃE e maternamente PAI".
Esta declaração me trouxe a resposta para uma inquietação de anos. Se Deus é plenitude, como atribuir a ele apenas o caráter patriarcal? E a mãe? E o protagonismo da mulher nessa história que elas de forma sobrenatural "bancaram" com coragem, fé e obediência? Boff então demonstra a imagem da mãe em Jesus/Deus...Pois, apenas um Deus que é paternamente mãe pode se apresentar como "a galinha que ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas".  
Assim, encontrei uma possibilidade de resposta para a minha querida e antiga inquietação...é apenas uma possibilidade de interpretação em meio a tantas outras, mas é uma dádiva saber que Deus nos dá essa capacidade incrível...de percorrer caminhos que antes eram restritos aos "donos da fé"...Jesus veio, o véu do templo se rasgou e a fonte do conhecimento está disponível para nós, basta tirarmos a tampa de pedra e beber.
Se você precisa de um Pai, de uma Mãe, de um amigo (a), de um irmão (a)...Jesus pode ser tudo isso, porque Jesus é Deus...o EU SOU...Pai e Mãe de toda criação.

Deus obrigada pelo teu carinho materno, existem coisas que só colo de mãe pra curar.
Mércia Cruz.


domingo, 16 de outubro de 2011

DICA DE FILME: CARTAS PARA DEUS...



Cartas para Deus...um história emocionante? sim, mas isso não é tudo. Esse filme não é uma indicação para mexer com seus sentimentos, é um desafio à fé-resistência. Um chamado a crer em Deus mesmo quando não encontrarmos todas as respostas. Quando a religião falha, quando a ciência não comprova, quando a nossa razão parece limitada...então só nos resta a fé. Essa que muitos julgam como alucinógena, na verdade é mais racional do que prevê a nossa vã filosofia. Essa é uma narrativa de fé, de um menino que tem muito a nos ensinar com sua experiência de medo, insegurança, mas sobretudo de fé.
Bom filme :)
Mércia Cruz.

sábado, 15 de outubro de 2011

PROFESSOR(A) E SONHO



Todo conhecimento começa com o sonho.
O sonho nada mais é que a aventura pelo mar desconhecido, em busca da terra sonhada. Mas sonhar é coisa que não se ensina, brota das profundezas do corpo, como a alegria brota das profundezas da terra. Como mestre só posso então lhe dizer uma coisa. Contem-me os seus sonhos para que sonhemos juntos.
(Rubem Alves)


Neste dia de reflexão, homenagem e sobretudo gratidão, lembro-me dos versos de Damário quando diz que a possibilidade de arriscar é que nos faz homens (homens e mulheres), humanos apenas. E quer figura mais humana que o professor(a), este(a) que apesar das adversidades sempre nos impulsionam ao sonho, à conquista e a beleza. Obrigada aos mestres que passaram pela minha vida, cada um de vocês foram como flores cujo perfume o tempo não foi capaz de levar. As diferentes fragâncias nunca me confundiram, mas antes serviram de ingredientes para compor parte da minha essência. Um agradecimento especial a Professora Ana Maria (in memorian), nunca me esquecerei dos almoços na sua casa...rsrsr, das conversas, das risadas, das broncas...da biblioteca que cheirava a álcool por causa do mimeógrafo...Enfim, nunca me esquecerei de todos os professores que me impulsionaram a sonhar e nunca desistir.

Mércia Cruz :)


quinta-feira, 13 de outubro de 2011

DICA DE FILME: EM NOME DE DEUS...(?)

Em nome de Deus

 

A etimologia do termo religião nos remete a ideia de religare (do latim), aquilo que liga o homem a Deus, mas a verdade é que quando a pretensão humana e a hipocrisia imperam, a simbologia da ponte ou da corda que deveria unir...serve apenas para sufocar ou impedir a travessia.

Em nome de Deus revela as atrocidades que são cometidas em nome de uma falsa moral, em nome de uma fé inexistente. Mas, como se trata de uma narrativa cujo foco é a confissão católica será que nós (protestantes) podemos nos sentir tão confortáveis e distanciados dessa realidade? Será que algumas vertentes doutrinárias que servem de base para o protestantismo não vêm aprisionando a alma humana com seus ensinamentos contrários a palavra de Cristo? O que a teologia da prosperidade tem a dizer quando de forma cruel e dominadora diz a um ser humano que sua condição social, espiritual ou humana deve-se apenas a sua “falta de fé”? O que a teologia da prosperidade tem a dizer sobre os seus líderes que de forma extraordinária e instantânea experimentam a ascensão social? Serão eles os grandes e novos “heróis da fé”? O que a teologia da prosperidade vem construindo ao longo da história são pessoas doentes, alienadas da sua condição de filhos e filhas de Deus, da sua condição de homens e mulheres livres que não precisam se submeter a nenhum tipo de dominação e/ou opressão humana para saberem que são amados por Deus, para saberem que Deus realmente se importa com cada detalhe de suas vidas, mas jamais irá privá-los de qualquer sofrimento que seja, porque só assim nascerão homens e mulheres guerreiros que lutam por melhores condições de vida para si e para a comunidade em que vivem. Em nome de Deus os “donos da fé” tem feito coisas que até o diabo duvida...Por isso, caros e queridos irmãos e irmãs...em nome de Deus...vamos de mãos dadas, como disse Drummond, em busca de um evangelho mais genuíno, em busca de dias melhores...Vamos em busca do verdadeiro religare, Jesus...aquele que nos une a Deus. Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14.6).

NEle, com amor fraternal
Mércia Cruz.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

MOLEQUE

Em homenagem ao dia das crianças...12/10/2011 :)




Moleque

Sentado na porta da maloca, ele constrói cuidadosamente
seu mais novo instrumento de diversão.
Agachado à beira da calçada exprime toda a arte de um bom jogador de gudes, de bola...
 De atirador de pedras para construção do próprio destino.
Correndo feito um desvairado... de pé no chão, vai marcando o seu território.
E pros que acham tais acontecimentos fúteis ou coisa de quem não tem o que "fazer" é porque nunca experimentaram a sensação de ser protagonista da própria vida, de compor cenários tão ilustres como a maloca, a calçada e a rua.

Mércia Cruz.

HOJE!

HOJE
 

Hoje estou só e exigente.

Não quero a companhia de gente, bicho ou coisa do gênero.

Dei férias aos meus pensamentos e ordenei descanso a minha consciência.

Hoje não quero os sonhos, apenas o sono.

Não quero a vida, nem a morte. Quero apenas esse instante que se mostra.


Mércia Cruz

A BAHIA POR HÉRICA SOUZA...


Bahia,
Terra amada
Terra boa
Terra farta
Terra sofrida
Terra querida...

É a Bahia de Castro Alves
Bahia de Jorge amado
Terra de gente alegre
Terra do povo encantado.
Ah! Bahia dos meus amores
Bahia dos meus cantores
Bahia do Caetano
Bahia do soteropolitano
Bahia do acarajé... E o forró do arrasta pé!
Terra que é uma delícia... Para aqueles que aqui estão....
E para aquele que quiser e vier...
Ah! Bahia de Cachoeiras
Bahia...de Barreiras
Bahia de Maragogipe
De Maitinga e Maiquinique
Bahia de Camaçari
Salvador e Mairí
Bahia de Alagoinhas, Andorinha e também Aramari.
Bahia de Lamarão, Lajedinho e Lajedão,
Terra da diversidade, como são lindas suas cidades!
Aqui é possível ser feliz, independente de cor, idade ou religião.
Mas ainda é preciso pintar a cara e estender a mão.
Na rua ainda há crianças passando fome e a mendigar o pão.
Bahia do católico, Bahia de povo gótico.
Bahia do candomblé, terra de boa música e o destaque é o axé.


Terra daqui, terra dalí...
Não deixarei de citar: A praia de Imbassaí.
Águas tranqüilas de Jauá, as ondas de arembepe, as margens de Jacuípe, são belezas naturais e iguais eu nunca vi.
Lugar cheio de cor
Poesia
Arte
Alegria... É a terra do calor.
Bahia, minha Bahia, tu és o meu amor.


Hérica Souza 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Prato de Arroz




Uma mulher estava colocando flores no túmulo de um parente quando vê um chinês colocando um prato de arroz na lápide ao lado. Ela se vira para o chinês e pergunta:

- Desculpe-me, mas o senhor acha mesmo que o seu defunto virá comer o arroz?

E o chinês responde:
- Sim, geralmente na mesma hora em que o seu vem cheirar as flores!

(Autor desconhecido)

O respeito às diferenças é algo que deve ser continuamente praticado..."Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas". (Romanos 2:11).

domingo, 2 de outubro de 2011

IYÓ AIYÊ: TEOLOGIA, AÇÃO SOCIAL E NEGRITUDE EM CACHOEIRA-BAHIA.

*IYÓ AIYÊ: Teologia, ação social e negritude em Cachoeira-Bahia.
Mércia Cruz.

“Eu trago quilombos e vozes bravias dentro de mim”
Linhagem, Carlos Assunção, 1998.   


Caracterizada como uma cidade de fortes tradições católicas e afrodescendentes, comumente representada por inúmeras igrejas e terreiros, Cachoeira era vista pelo senso comum como uma “terra” improdutiva, estéril e indiferente à propagação dos ensinamentos protestantes. No entanto, esta “percepção” imbuída de preconceitos, por vezes compartilhada inclusive por membros de denominações evangélicas, se deve muito ao entrave histórico entre cristianismo e religiões de matriz africana. Essa discussão é antiga e não coloca como foco apenas a atuação da igreja católica nos tempos de escravidão no Brasil, pois a igreja de ordem protestante também teve forte participação nos processo de dominação e opressão do povo negro, seja por co-participação ou por simples omissão. Conforme as considerações de Venerano (2003):


(...) o protestantismo limitou-se apenas a levar o ensino religioso para os negros, oferecendo consolo e buscando sua conversão. Na verdade não oferecia qualquer mudança social ou política para a escravidão. As discussões a este respeito foram transferidas para o âmbito político, através do argumento de que a Igreja não se envolve em problemas sociais justificando a sua omissão diante da escravidão (ANDRADE, 1995 apud VENERANO, 2003, p. 14-15).




Nesse sentido, percebe-se, dentre os diversos fatores, como a dicotomia entre o espiritual e o social se perpetuou ao longo dos anos no imaginário da confissão protestante. Mas, com o advento da expansão do movimento evangélico na atualidade, urge a necessidade de uma reflexão baseada na relação dialética entre fé e sociedade. Tomando a dialética como termo utilizado por Marx para fundamentar a sua teoria de compreensão da realidade, esta inspira dinamismo, relatividade e contradição. Ainda na perspectiva de Marx, a dialética pressupõe uma relação ora complementar, ora contraditória entre pensamento e realidade posta. Segundo ele “Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, ao contrário, o seu ser social que lhe determina a consciência”. Contradição e complementariedade que se constitui como parte da identidade do ser social, e por conta disso, devem ser analisadas como unidade, não no sentido de identidade, mas de relações que se unem em favor do sujeito, porém sem perder as suas especificidades. Neste aspecto corpo e alma, fé e sociedade, espiritual e humano se encontram, dialogam e se relacionam sem a supremacia de um sobre o outro.




O Verbo/Palavra estava com Deus, e era Deus. Se fez Carne/Corpo e veio morar entre nós. Assim, nos fala o evangelho de João, que diz também que o Verbo/Palavra (Deus) pode ser visto em sua glória, cheio de graça e verdade (Jo 1:1,14). Deus, ao se encarnar, tornou-se corpo e alma. Herdeiros da filosofia grega, protagonista do dualismo entre corpo e alma, passa-se a valorizar mais a alma em detrimento do corpo, esquecendo-se que o ser humano é ao mesmo tempo espiritual e corporal. Negar um desses aspectos é caricaturar a pessoa humana e mutilar a criação de Deus. (VENERANO, 2003, p.26)




Assim, a manifestação de uma espiritualidade fragmentada que separa o espiritual do humano, acaba por se traduzir em omissão e indiferença às desigualdades que se manifestam na sociedade em diversas formas.
Com efeito, são inúmeros os desafios e as reparações históricas sobre as quais a igreja protestante precisa discutir e atuar, mas diante do sistema dominante contemporâneo qual tem sido o papel da igreja junto à comunidade? Sabe-se que o capitalismo é interpretado não apenas como sistema econômico adotado pelo nosso país, mas também atua como ideologia que ultrapassa o âmbito produtivo e vai se manifestar no social sob a égide da desigualdade, da pobreza e da discriminação. De um lado está a classe abastada, sempre opressora, dona do poder e do outro, a classe que vive do trabalho, a maioria excluída, sofrida, marginalizada, trabalhadora, sustentáculo da produção econômica social. Assim, o capitalismo traduz-se como um sistema opressor que ao longo da história esmaga o humano em favor dos seus interesses classistas. Marx já dizia...


A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. (MARX & ENGELS, 1999, p. 26)




Diante de tanta desigualdade, mas também de luta que marca a história do povo do Recôncavo, se faz pertinente a seguinte indagação: há espaço para uma teologia negra e engajada socialmente no protestantismo brasileiro, baiano e cachoeirano? Como a sociedade enxerga a atuação de uma igreja que atua apenas como um “refúgio” espiritual sem nenhum tipo de vínculo com as necessidades sociais da comunidade em que se encontra instalada?  Como a população cachoeirana enxerga a igreja?


Sem dúvida, os questionamentos são muitos, mas percebe-se cada vez mais a necessidade da Igreja, enquanto instituição social, se envolver com as causas da comunidade. Atuando numa perspectiva dialética, cumprindo o seu papel de oferecer um espaço de adoração, louvor e confissão de fé, mas também compartilhando dos sentimentos de busca por melhores condições de vida, lutando pelo combate a discriminação racial e desigualdade social. De acordo com uma pesquisa recente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a vida social para negros e negras revela disparidades em relação aos brancos.




Uma pesquisa divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE mostra que 63,7% dos 15 mil entrevistados pelo instituto reconhecem que a raça e a cor influenciam a vida. As mulheres apresentam percentual maior do que os homens: 66,8% delas disseram que a cor ou raça influenciava, contra 60,2% deles. O estudo mostra ainda que, na opinião 71% dos entrevistados, o trabalho é a área mais influenciada pela cor ou pela raça. Em seguida, aparece a relação com a Justiça e a polícia (68,3%), o convívio social (65%), a escola (59,3%) e as repartições públicas (51,3%).


A "Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População: um Estudo das Categorias de Classificação de Cor ou Raça" coletou informações em 2008, em uma amostra de cerca de 15 mil domicílios, no Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.  


Nesse sentido é que as desigualdades que nos foram impostas ao longo da história devem ser cada vez mais enfraquecidas para que o diálogo entre fé e sociedade, religião e ciência, protestantismo e outras crenças seja estabelecido, a fim de garantir a busca por um modo de sociabilidade mais humano e emancipatório. Parafraseando Drummond, “no meio do caminho tinha uma pedra...”. Com efeito, uma pedra pode representar um obstáculo onde comumente tropeçamos. Todavia, a mesma pedra que “atrapalha”, constrói abrigos e estabelece relações, derrubando assim as muralhas da intolerância. “se eu conversar contigo, disso estou muito certo, consigo me aproximar...” (p.12 – Abrindo Caminhos: Ana Maria Machado).

Referências:
* IYÓ AIYÉ: Sal, terra (sal da terra). fonte: http://ocandomble.wordpress.com/vocabulario-ketu/
MACHADO, Ana Maria. Abrindo Caminho. Ed Ática.
http://www.bibliaonline.com.br (acesso em 19/07/2011 às 23:00 h).
MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. O Manifesto do Partido Comunista. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.
http://camacarinoticias.com.br/leitura.php?id=130452  (acesso em 22/07/2011 às 13:00h).


POEMINHA DE FIM DE TARDE...



O pôr do sol às margens do Paraguaçu ora é alaranjado forte, ora parece mais uma flor amarela desbotada, mas tem a cor da esperança... Dessa que se mostra quando nada mais faz sentido. 

Mércia Cruz :)

BELEZA NÃO É LUXO, É NECESSIDADE!

Beleza não é luxo, é necessidade! (Adélia Prado)

Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado. (Rubem Alves)



Quando me deparo com estas declarações penso cada vez mais que a arte e a poesia (presente em qualquer objeto ou ação do cotidiano) deva ser socializada e liberta dos moldes que as querem aprisionar. A apreciação do belo, no sentido mais amplo e subjetivo do termo, o belo que nada tem a ver com "boniteza", mas com a essência do ser...deve ser vivenciada por todos os seres humanos. Nas palavras de Adélia, a poesia tem a capacidade de nos humanizar...de nos tornar cada vez mais humanos. E por mais contraditório que isso possa parecer, quanto mais humanos nós ficarmos, mais perto de Deus estaremos. A poesia (presente no canto do pássaro, na folha que cai da árvore, na música, no poema, na dança do corpo, no sorriso, na lágrima, na melancolia, no medo...) pertence a todo mundo...poesia não é privilégio de letrados, intelectuais...a poesia da vida, do cotidiano, que se manifesta nas nossas formas de sociabilidade é que nos tornam mais sensíveis, mais leves, amantes e amáveis...A poesia presente no verbo que se encarnou, na palavra que ganhou vida para nos abraçar, no Deus Todo-Poderoso que pode ir a qualquer lugar, mas que prefere estar conosco e fixar seus olhos nos nossos...É dessa poesia que precisamos nos alimetar, beleza que não é luxo, e sim necessidade...É esse caminho que rearfimará em nós a nossa condição humana e nos afastará da bárbarie...nos afastará de todo mal.

Em Cristo que disse...aquele que de mim se alimenta, por mim também viverá.

Mércia Cruz :)

sábado, 1 de outubro de 2011

O ENCONTRO

Publicando os versos de Herica Sousa, parafraseando Drummond...Uma flor fura o asfalto...é tímida, desbotada e aparentemente frágil, mas é uma flor! Capaz de romper o tédio de uma vida que sem poesia só tem como caminho a bárbarie. 

Por muito tempo caminhei
Estava a vagar
Por muito procurei
Queria uma resposta encontrar

Meu coração estava aflito
Dentro de mim um conflito
Vozes clamavam
Um sofoco...um grito.

O tempo passou...
Amizades conquistei
Amores perdi
A resposta encontrei
E estava dentro de mim.

Chorei
Gritei
Cantei
Dancei
Bebi
Comi
Orei
Conquistei
Perdi
Amei...

E enfim...me encontrei.