terça-feira, 23 de abril de 2013

Em 21 de abril...25 versos, flores e primaveras...


Poema Esquisito
Dói-me a cabeça aos trinta e nove anos.
Não é hábito. É rarissimamente que ela dói.
Ninguém tem culpa.
Meu pai, minha mãe descansaram seus fardos...

(Adélia Prado)

Dói-me a cabeça aos 25 anos e é cotidianamente que ela dói. 
Está tudo em ordem...mãe acaba de me trazer o chá diário, porção mágica que dilui dor e agonia da alma.
Está tudo em ordem...mãe ainda reclama o limpar da casa, o lavar dos pratos, mas quando faço, reclama o esforço (olha a coluna menina!) e toma mais chá!
Dói-me a cabeça aos 25 anos porque temo a desordem.


Mércia Cruz.

domingo, 14 de abril de 2013

Sigo, apenas sigo...

"Sigo, apenas sigo..." (Salmo das profundezas - Ricardo Gondim)



Aconteceu que, indo eles pelo caminho, veio um homem que lhe disse: Seguir-te-ei para onde quer que vás. Jesus disse-lhe: As raposas têm seus covis e as aves do céu têm seus ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça. (Lc 9;57)

Nas "Confissões" de Santo Agostinho, a alma deseja repousar em algo, mas não há estabilidade, ponto fixo, todas as coisas apenas flutuam. Voltemos a Deus! Mas, como, se seu filho nos retira (com o referido texto) toda possibilidade de segurança? 

A Verdade e a Vida que se coloca enquanto Caminho vem nos ensinar que "buscar a Deus é apenas o querer ir" (Agostinho). Então não é chegada, mas o ponto de partida...A doce companhia da jornada.

E se a existência, essa estranha engrenagem que chamamos de vida, não for estrada, e se configurar como quadrado, retângulo, círculo? Onde então estarei com o Deus que é caminho?

Se a ordem das coisas se inverterem, ainda assim....sigo, apenas sigo...

N'Ele, que se reconfigura para estar conosco!
Mércia Cruz.