sábado, 4 de janeiro de 2014

Conversando com Deus...




À procura de um filme para essa rara tarde de folga, me deparo com um título que me chamou atenção..."Conversando com Deus" não é mais uma proposta como tantas que tenho visto. Não contarei o enredo, mas pelo menos posso dizer que em comparação "À Procura da Felicidade" não traz em si um ideal capitalista como caminho para a felicidade. Em um dado momento, me parece que o primeiro título se difere por conta da cena final...Ali percebemos que aquele texto do apóstolo Paulo sobre estar com Deus na pobreza e na riqueza, na escassez ou na abundância se personifica.

Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.

Filipenses 4;12

Em diversos momentos do filme, algumas pessoas questionavam a existência e a visão de um Deus bom e misericordioso, tendo como base para o confronto discursivo a miséria humana em suas diversas formas de manifestação. E, então, isso me faz refletir sobre nossa maneira de tentar compreender quem é Deus...Parece que ele está sempre numa ótica de representatividade que parte de nós mesmos...Parece que Deus é visto a partir dos homens, mulheres e crianças. Se sofrem, isso o coloca como opressor, se estão alegres...isso o qualifica como abençoador e Pai de todos. Será que um dia aprenderemos a olhar para Deus de uma perspectiva diferente dessa que conhecemos hoje? Será que a humanidade é mesmo o ponto de partida, sendo ela apenas uma dimensão da criação divina? Sabemos que os homens/mulheres dizem muitas coisas sobre Deus...Muitas coisas, as vezes boas, as vezes ruins...Mas, o que dizem os pássaros, as flores, os lírios do campo?? O que diz o sol, a lua, o arco íris, as estrelas sobre Deus?? Talvez nunca saberemos, talvez nossa arrogância não permita compreender que não somos as únicas vozes nesse emaranhado discursivo, talvez nunca percebamos a polifonia (diversas vozes, textos e discursos) e a polissemia (diversos sentidos e significados) nesse grande universo do qual somos apenas e só uma pequena parte.


NEle, criador dos Céus e da Terra 
Mércia Cruz 

4 comentários:

  1. Texto maravilhoso; muito bem elaborado, e que traz uma sensibilidade no tatear à procura do significa da compreensão de Deus... Parabéns Mércia, apreciei muito o seu texto e a maneira como você dispôs a idéia, desenvolvendo o pensamento.
    Renan Victor

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  2. Fã eu já disse que sou, né? rsrsrss pois, belo texto, muito bem construído!! Nos leva a refletir sobre o que somos... muito bom!!

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    1. Valeu Osmar...Fã é ótimo rsrsrs, me poupe! Até parece que esse povo da Ufba e blogueiro de garagem é humilde assim...rsrsrsrs, mas valeu a reflexão! Isso é massa na articulação e envolvimento com a palavra...o quanto ela pode ser transcendente e ao mesmo tempo cotidiana e encarnada no real. (Mércia Cruz)

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  3. Valeu Renan, esse seu comentário me faz lembrar um pouco de Agostinho nas Confissões, quando ele começa discorrendo sobre a busca da verdade...a busca de Deus..."Todo o universo te contém?" Massa!

    Mércia Cruz

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