quinta-feira, 16 de maio de 2013

As sem-razões do amor...

Se pudesse escrever sobre as sem´razões do amor numa tentativa alucinada de entrever uma alusão à Drummond, diria que amor não é adequação, nem cronologia. Devo me apaixonar a cada ocaso? O amor segue o seu curso, como rio, sabe por onde corre e se não encontra passagem, inventa caminhos, como o rio que o Guimarães Rosa encontrou e pôde adormecer à beira de sua terceira margem. Recuso-me a definir, redefinir e referenciar o amor ao universo do cotidiano, torná-lo mera prosa, quando na verdade és todo poesia. Se algum desejo tenho, é apenas o de nunca perder o desejo do encontro e de me encontrar nas Confissões de Agostinho quando este diz que "a busca é o desejo de querer ir".

Mércia Cruz.

2 comentários:

  1. compuseste uma bela prosa poetica tentando definir
    a incerteza do amor.quem ama ,esta a um palmo da dimensao cosmica,recosmificadora e ao "inferno existencial revelado pelas "confessiones"
    parab´´ens
    abraço poetico

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