quarta-feira, 27 de julho de 2011

Homenagem a minha vó!

Em homenagem a minha vó, relembro algumas letras que tecemos juntas para o Camaçari Notícias. Vó te amo, saudades!!

 


251 anos: A trajetória da família Moreira da Silva

por Mércia Rocha




Nascida no ano de 1935, na cidade de Camaçari, D. Edna Moreira da Silva é a porta voz de um relato muito interessante envolvendo a cidade que carrega um nome de origem indígena e tem por significado árvore que chora.

Edna Moreira da Silva nasceu em um povoado denominado “Baixão”, o qual ficou conhecido pouco tempo depois como “Poty”, devido a uma cerâmica que se instalara na região. Aos dez anos de idade mudou-se com a família para a propriedade onde hoje está localizado o cemitério Jardim da Eternidade no bairro da Gleba H. A família era composta por seu pai Maximiano Moreira da Silva, sua mãe D. Maria Ana da Silva e seus nove irmãos, os quais habitaram neste território entre a década de 50 a 60 por aproximadamente dez anos. Depois, os Moreira da Silva venderam a propriedade devido a um problema de saúde do patriarca; mudaram-se novamente e permaneceram no bairro da Lama Preta. Seu pai faleceu algum tempo depois de se instalarem no novo endereço, os irmãos cresceram, casaram-se e foram ocupando aquele espaço, que ainda hoje abriga alguns descendentes da família.

A moradora nativa de Camaçari conta que antes da imagem sombria, comum a maioria dos cemitérios, a terra abrigava a sua família e era dotada de uma paisagem muito aconchegante. Curral, galinhas, casa de taipa, fogo de lenha, o cultivo de plantas, cada elemento deste fazia parte do cenário que hoje ainda se faz presente na memória de D. Edna. Ela relata que o sustento da família era proveniente da roça e da atividade comercial do seu pai. Afirma também que a cidade de Camaçari naquela época, cerca de sessenta anos atrás, possuía um centro comercial relativamente pequeno e parte dos negócios eram resolvidos em Salvador, e para a locomoção dos moradores o principal transporte existente era ferroviário. Os bairros eram pouco desenvolvidos e formados em sua maioria por zona rural.

A porta voz da nossa história casou-se, teve os seus filhos e atualmente reside no bairro do Camaçari de Dentro, porém o seu coração e a sua memória ainda carrega lembranças de um “tempo muito bom”, como ela mesma relata. E nesse leque de recordações permanecem registrado de forma intensa as árvores do local que por ironia do destino parecem ser eternas, fazendo jus ao nome que foi dado, muito tempo depois, ao cemitério construído no espaço. E quem visitar hoje o cemitério Jardim da Eternidade poderá conferir dentre muitas árvores antigas um pé de cajá, que segundo D. Edna, possui mais de meio século e foi plantado por seus pais.


*Texto escrito pela leitora Mércia Rocha Cruz

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