sábado, 9 de julho de 2011

Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece (Filipenses 4;13)

 PELE NEGRA                                 

Eu sei muito pouco, mas também já sei viver
Das armadilhas do dia a dia nada a temer
Eu vi suas mentiras, nada pode me ferir
Eu tô mais perto, só vou no certo, é pode vir

Porque sou forte deixo marcas pelo chão
Eu sou forte pele negra do Adão


http://www.vagalume.com.br/adao-negro/pele-negra.html#ixzz1ReWzr4lE


Força! No contexto do Cristianismo, quando pensamos no tema comumente elevamos o nosso pensamento ao poder divino e então imaginamos Deus como o Senhor dos Exércitos. O Eu Sou, dotado de força e soberania que nos permite acreditar que é DEle que vem a força que emana do nosso ser. No entanto, diferente da lógica do senso comum, ser forte na perspectiva da vivência de Cristo aqui na terra, nada tem a ver com ser imbatível ou imune as inúmeras adversidades causadas, inclusive por um sistema opressor que ao longo da história esmaga o humano em favor dos seus interesses classistas. Marx já dizia...

A história de toda sociedade existente até hoje tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, o opressor e o oprimido permaneceram em constante oposição um ao outro, levada a efeito numa guerra ininterrupta, ora disfarçada, ora aberta, que terminou, cada vez, ou pela reconstituição revolucionária de toda a sociedade ou pela destruição das classes em conflito. (MARX & ENGELS, 1999, p. 26)

Com efeito, o Cristo impresso nas folhas do evangelho também sentiu a opressão de uma hegemonia religiosa que o enxergava como uma ameaça, pois seu discurso trazia acima da lei, o amor! Um Cristo que era contrário as formas de discriminação da época e que como diz a sua palavra, não mudou e nunca mudará... Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hb 13;11). Um Cristo forte, de pele negra, que caminhou por esta terra e imprimiu suas fortes marcas pelo chão, marcas de choro, de sangue, de resistência...   

E por conta desse exemplo que Jesus nos deu, do seu poder que se aperfeiçoa em nossa fraqueza, da sua palavra que nos inspira a vencer o mal (o sistema que oprime, discrima e rebaixa o humano a condição de "coisa"), é que podemos declarar que somos fortes! Somos fortes e NEle, no seu exemplo de amor, paz, comunhão e compaixão podemos vencer todos os males, seja este manifesto como fruto do sistema ou das relações sociais que nele se configuram e se estabelecem.

NEle que nos fortalece!
Mércia Cruz.






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